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sábado, 14 de outubro de 2017

Economia moral de mercado, sua ordem econômica e as crises.


Este é o terceiro texto que elaboro sobre a minha proposta de economia moral de mercado, e nele vou tratar da ordem político-econômica; como já explicado em textos anteriores, os quais podem ser localizados nas tags do blog, a realidade da economia no século XXI nos força a manter sob centralização no Estado um leque de funções econômica, tanto por eficiência, tanto ainda por razões de desenvolvimento econômico e social, quanto por questões de soberania diante da ameaça da civilização científica global.

Por outro lado, sou um forte crente na descentralização econômica e da menor regulação possível sobre os setores mais populares da economia. "Quanto menor o negócio, menos regulação". Isto é, o Estado pode criar um ambiente legal que estimule e facilite que cooperativas de crédito, bancos comerciais regionais e financeiras locais sejam a fonte do financiamento e do crédito necessário a empreitada econômica. O Estado somente seria emprestador de último caso através de bancos de desenvolvimento, salvo em projetos econômicos de interesse estratégico como tecnologia de ponta.

Mas a questão da crise econômica é o que realmente nos interessa, afinal, todo sistema econômico é posto em teste diante das crises. E quais seriam os mecanismos para abrandar os choques e contra-choques do capitalismo?

Todos os métodos são derivados de três fontes:

1) Método ordoliberal
2) Método novo keynesiano
3) Método pós-keynesiano

O primeiro nível, o ordoliberal, que aprendemos na economia social de mercado, é a precaução. Precaver-se contra um mal e tentar evitá-lo antes que ele aconteça é sempre o melhor. Ou seja, através de órgãos reguladores para a economia focados nas grandes empresas e bancos; a existência de um órgão anti-cartel; tripartismo, são meios eficientes de se fazer os ajustes microeconômicos necessários para evitar crises.

A eficiência de tais métodos são bem conhecidos quando as leis são rígidas e governam mais que pessoas. Portanto, o fortalecimento institucional é absolutamente necessário para garantir seu funcionamento. Como dito, o primeiro nível existe com a finalidade de se obter o pleno-emprego através da correção das falhas de mercado.

Já o segundo existe no caso de que o primeiro não seja suficiente, por razões mil outras que possam levar a que ele não dê conta de resolver as contradições internas de uma economia. Por isso o método novo keynesiano trata de resolver os problemas da viscosidade dos preços para baixo, levando a crises de demanda. O principal método é a política monetárias, ou o Quantitative Easing, através do qual pode-se desafogar uma economia em recessão.

O último método, o pós-keynesiano, é a boa e velha política fiscal, aliadas a políticas cambiais além de tributação sobre o dinheiro especulativo. Ele operaria em casos de depressões, o que é raro ocorrer. Mas seria necessário em casos em que o segundo nível de defesa terminasse numa liquidity trap.

A probabilidade de uso dos métodos dois e três são bem menores que os do um, e da mesma forma, o do três, menor que a do dois. Na maior parte do tempo ocorreriam no máximo ajustes microeconômicos para evitar crises. O dois, no máximo, quando por ocasião de alguma crise externa para domar os impactos econômicos internos. O último? Bem, ninguém quer que ele seja utilizado, mas ele está lá caso seja necessário.