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segunda-feira, 29 de junho de 2020

A inércia tem lado


O presente artigo de autoria de Augusto Pola Júnior, faz parte os arquivos do Instituto Shibumi, e fora publicado site do grupo em meados de 2013.

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Há uma história bem didática a respeito dos Anjos e Demônios. É conhecida como a Parábola da Indecisão, segue:


Existem pessoas que não gostam de participar dos debates políticos. Preferem viver a própria vida… Até podem saber que a política influência os acontecimentos de sua cidade, estado, país e mundo, mas preferem não tomar partido por não ter conhecimento, ou seja, prefere continuar ignorante ao tema. 

O analfabeto político não é necessariamente a pessoa desinformada, ele, até mesmo pelo fato de atualmente as notícias ‘voarem’, sabe o que está acontecimento. Contudo, não busca estudo para o conhecimento das causas. Pode até ter a informação, mas não a formação. 

Não se importando em conhecer tais causas, o analfabeto político só pode se inspirar naquilo que vê na televisão, lê em jornal ou no que o professor de história, geografia, filosofia e sociologia ensinam na escola. 

Quando os formadores de opinião, principalmente os educadores, costumam propagandear apenas uma visão política e histórica, chegamos em um estado que a doutrinação de uma ideologia política e social se torna padrão em uma população. 

Deste modo, os professores educadores privam seus alunos de senso crítico! Criticar não é falar mal de um sistema! Mas é fundamentalizar uma ideia! Não é achar que possui o conhecimento da verdade e sair disparando tiros, pelo contrário, é reconhecer que existem outros pontos de vistas e, através da reflexão, elaborar uma crítica. 

Agora, se a pessoa só tem uma visão limitada de mundo, como colará em choque outros pensamentos para fazer uma reflexão e elaborar uma crítica? Só há um jeito! Estudar! 

A partir do momento que se tem todo um aparato de propaganda, um agente político totalitário (o príncipe de Gramsci) consegue moldar a sociedade conforme seus interesses. Sem senso crítico, as pessoas não conseguem pensar sobre uma ótica diferente e vão agir conforme manda o manual. As pessoas mais engajadas (seja por interesse próprio ou por realmente acreditar na causa) tornam-se militantes. Os militantes costumam estar tão certos daquilo que o príncipe diz que quando a cartilha da realeza com todas as ideias e o discurso do momento pronto chega, automaticamente prega-se aquilo como verdade absoluta. Se na cartilha da semana que vem haver alguma contradição com a atual, isso não importará. Para eles, a lógica é relativa. 

Diante da falta de conhecimento amplo, ou melhor, diante de sua ignorância para com outras ideias, ao ser convidado a pensar de uma maneira um pouco mais diferente do que está no manual, o militante inculto irá ficar revoltado e indignado. Até desejos de morte ao opositor poderá expressar. Isso ocorre até mesmo se tal causa pregar a tolerância, pois, por serem os portadores de uma suposta verdade, acreditam realmente que em nome da tolerância, podem ser intolerantes. Aqui está descrito a base do funcionamento de toda a cartilha politicamente correta. 

É diante de um cenário de doutrinação marxista que os debates políticos estão sendo eliminados. Em relação aos próprios partidos políticos do Brasil, você consegue notar que só se pode pensar à esquerda. Se for pensar à direita, será demonizado. Não porque os argumentos da esquerda sejam melhores, (muito pelo contrário, pois tal corrente ideológica é movida pela mentira) mas porque a propaganda e ação cultural dela foi mais eficiente. 

E o analfabeto político? Neste contexto, o analfabeto político é o que quer ficar em cima do muro. Se julgará de centro: nem à esquerda, nem à direta dos pensamentos políticos. Mas se for questioná-lo a respeito de questões específicas, espontaneamente irá responder: 

– Qual é o culpado pelo aquecimento global? R: O CO2. 
– Você é a favor ou contra a privatização? R: Contra 
– O que foi a Idade Média? R: Idade das Trevas 
– O que você acha da religião? R: Aliena o povo. 
– O que você pensa dos EUA? R: São os imperialistas. 
– Qual a culpa da má distribuição de renda do Brasil? R: Dos ricos 
– Quem produz o ar do mundo? R: As árvores (que somos nozes) 
– É a favor das cotas nas universidades? R1: Sim R2: Olha… Por causa de cor não. Mas para os de escola pública sim. 

O analfabeto político acaba sendo um grande aliado do agente político. Ao reconhecer tal desinteressado, você conseguirá ver o poder invisível (ver algo invisível, irônico, não?) e onipresente do príncipe. Vale lembrar que o marxismo cultural prega a instalação de um regime comunista totalitário, ou seja uma ditadura. 

A tática de permanecer na ignorância, portanto, não faz de você isento dos ataques aos valores que sustentaram e fortaleceram à nossa sociedade (valores de base cristã que foram, inclusive, responsáveis pelo desenvolvimento científico e tecnológico), mas um cúmplice de tal revolução. O vestido combina perfeitamente com o modelo: é da marca massa de manobra. 

E quanto aos militantes? Bom… A história mostra que, uma vez que chegam ao poder, são os primeiros a irem para a guilhotina. Ironicamente irão antes de mim. É interessante observar que os sindicatos, por exemplo, adoram fazer greve com típicos discursos de cunho comunista. Contudo, uma das primeiras ações que o comunismo faz é caçar tais organizações trabalhistas. Os militantes progressistas não são chamados de idiotas úteis à toa. 

Para encerrar, vale lembrar àqueles que se colocam acima do muro! Pessoas que não se consideram massa de manobra, pelo contrário! ‘Penso pela própria cabeça!’… Mas quando confrontado pela mesma série de perguntas acima, obter-se-á respostas similares. A estes eu costumo chamar de cabeça dura.

domingo, 28 de junho de 2020

Agenda de Gênero: Redefinindo a Igualdade – Visão geral e ideológica


O presente artigo de autoria de Augusto Pola Júnior, faz parte os arquivos do Instituto Shibumi, e fora publicado site do grupo em meados de 2014.
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“Agenda de Gênero” é um paper escrito por Dale O’Leary que é de grande importância para entender o mecanismo de ação da nova estratégia que o feminismo tenta emplacar: a ideologia de gêneros. Trata-se de um avanço tão perigoso que se precisa destacar todo o esforço que o Pe. Paulo Ricardo vem fazendo para conscientizar as pessoas desse perigo. Segue abaixo:

Não se trata de mera teoria conspiratória. A ideologia do gênero é uma realidade que está tentando ser aplicada. Irei tratar aqui no blog de alguns apanhados importante desse paper e pretendo, à medida do possível, ir traduzindo alguns capítulos onde O’Leary faz uma análise mais teórica do feminismo. Neste artigo, contudo, tem o objetivo de expor o significado da tal “ideologia de gêneros”, alguns projetos e um pouco da base teórica da ideologia feminista que promove essa agenda.

Quando tratamos de feminismo, uma coisa precisa ficar claro. Ainda que a acusação que feministas fazem contra homem sejam verdadeiras e dignas de indignação (ex: estupro), isso não significa, porém, que o feminismo possui a melhor solução para os problemas e nem que sua base teórica seja decente. O vitimismo que o feminismo faz em sua luta de classe de mulher contra homem tem a função de obter para si o monopólio das virtudes no que tange assuntos referentes às mulheres. Esse monopólio que as feministas arrogam ter é falso:

A ideologia de gênero pode ser um termo estranho para alguns delegados. Não se refere ao “compromisso pelo direitos da mulher”, nem a oposição à discriminação sexual. Faz uma referência a ver tudo como uma luta de poder entre os homens e as mulheres. Cada problema é analisado em termos de como as diferenças entre os homens e as mulheres são a causa do problema.

Os problemas, certamente, são reais e sérios. Com frequência há homens culpados de cometer enormes injustiças às mulheres, mas a perspectiva de gêneros enxerga todos os homens como culpados e beneficiários da desigualdade de “poder”. As diferenças estatísticas entre homens e mulheres são vistas como prova de uma trama dos homens contra as mulheres. Todos os sofrimentos das mulheres são, de alguma forma, culpa dos homens.”

É neste contexto de pensamento coletivista de homens opressores e mulheres oprimidas em que o gênero passa a ser definido:
“O gênero se refere às relações entre as mulheres e os homens que se embasam nos papéis definidos socialmente que são designados a um sexo ou a outro”.

Declaração da feminista Bella Abzug:

“Nada vai nos obrigar a encarar o conceito de que ‘a biologia é o destino’ que busca definir, confinar e reduzir uma mulher a suas características sexuais.

“O conceito de gênero está inserido no discurso social, político e legal contemporâneo. Ele já foi integrado no discurso social, político e contemporâneo… O significado da palavra gênero tem se desenvolvido como diferente da palavra sexo a fim de expressar a realidade de que os papéis e status do homem e da mulher são construções sociais que podem ser modificados.”

Um folheto da INSTRAW sintetiza a picaretagem:

“O Gênero é um conceito que faz referência a um sistema de papéis e relações entre mulheres e homens que estavam determinados não pela biologia, mas pelo contexto social, político e econômico. O sexo biológico de uma pessoa é dado pela natureza. O gênero é construído… O gênero pode ser visto como o “… processo pelo qual as pessoas nascem em categorias biológicas de masculino e feminino se convertendo nas categorias sociais de mulheres e homens através da aquisição de atributos definidos localmente de masculinidade e feminilidade”.

Partindo então da premissa maluca e infundada de que não há diferença entre homem e mulher, sendo uma mera construção social, as feministas propõe então a igualdade entre gêneros. O homem deve ser emasculado, assumindo cada vez mais o papel que é corriqueiramente tido como de mulher e a mulher assumir papéis de homens.

A emasculação masculina aliada à ‘macheza’ feminina já são papéis conhecidos da guerra cultural feminista. O que a ideologia de gênero faz é tentar justificar tal avanço através de uma ideologia pseudocientífica.

Abaixo alguns exemplos retirados do livro:

  • Não interessa se as inscrições para participar de atividades esportivas são livres e voluntárias. As universidades devem ter 50-50% de participação de homens e mulheres nas atividades esportivas. Se as estatísticas mostram que os homens possuem maior interessante que as mulheres em participar de práticas esportivas na universidade, pior para a realidade, que se diminua o número de homens então…
  • Se por qualquer motivo que seja houve diferença orçamentária a respeito de gastos com equipes masculinas em relação às femininas, isso é prova de discriminação.
  • As atividades de educação física nos colégios devem ser realizadas de maneira mista: meninos jogando junto com meninas.
  • Afirmações de que na prática esportiva, as meninas podem competir em pé de igualdade com os meninos.
  • Como a maioria dos treinadores de futebol são homens. Então deve haver intervenção para mudar o estereótipo de carreiras…
  • No código americano, há maior número de leis que contém “marido e mulher” do que “esposos”; “pais e mãe” mais que a “pais”; “avô e avós” mais que “avós”; “irmãos e irmãs” mais que “irmãos”… Então tem que mudar os textos da lei.
  • Deve-se tirar da lei qualquer menção estereotipada pelas diferenças do sexo.
  • Não interessa se o homem costuma ter mais interesse do que a mulher para participar da política. Deve have cota 50-50 para o congresso.
  • Os professores devem dar tarefas de forma avançar sobre os estudos das mulheres. Ex: mandar duas alunas andarem pelos campus como se fossem lésbicas.
  • Nada de perguntar se o bebê é um menino ou se é uma menino. Ele ainda não escolheu seu “gênero”.
  • Criar banheiros “unisex” a fim de não constranger os transexuais.
  • Ao abordar um transsexual, a polícia deve atender pelo gênero que o transsexual preferir.
  • Para que intimidade? Que se promova nos colégios e universidades salas para banhos compartilhados.
  • Se nessa sala mista de banho a mulher fizer um strip-tease ou andar sensualmente com uma toalha e assim despertar olhares masculinos, pior para o homem que terá que responder por assédio na diretoria.
  • Se já querem modicar o texto de leis americanas… Textos religiosos é que não iriam ficar de fora. “Filho do Homem” passa a ser traduzido como “Humano”. Nada de Pai-Nosso, mas “Pai-Mãe-Nosso”; Nada de referência ao reino de Deus, pois reino é uma palavra que tem um “caráter ostensivelmente androcêntrico e patriarcal”; Nada de Jesus ter dito “casa de meu Pai”, ele disse “casa de meu Pai-Mãe”. Nada de de dizer mão direita de Deus para não ofender as pessoas canhotas; nada de usar obscuridade como imagem do mal, pois ofende os negros.
  • Fabricar bonecas para crianças com temática lésbica;
  • Nada de discriminar a bissexualidade, prostituição ou qualquer assunto sexual. A liberdade sexual deve ser encarada de forma sacrossanta.
Sim, trata-se de medidas absurdas que estão querendo implementar, mas a cereja do bolo está em retirar da mulher sua vocação para ser mãe:

“O objetivo é a igualdade estatística entre o homem e a mulher em todas as atividades e campos. O maior obstáculo para a igualdade estatísticas é a maternidade – a vocação da mulher como principal cuidadora dos filhos. Se a maioria das mulheres, ou mesmo uma porcentagem significativa de mulheres, escolhem a maternidade como sua vocação principal, então a igualdade estatística se torna impossível, já que o número disponível de mulheres para trabalhar fora de casa se reduz de forma substancial. Deste modo, o objetivo principal da “perspectiva de gênero” é a desconstrução da maternidade como única vocação da mulher”.

Em “Filosofia da Adultera”, Luiz Felipe Pondé sintetiza com humor a estratégia geral para que absurdos sejam mesclados à cultura e ações de governo:

Na mentalidade dita “progressista” (esquerdista), temos pessoas que acreditam que é um absurdo constatar a diferença entre o sexo masculino e feminino. A diferença sexual seria uma maneira de justificar uma opressão sobre a mulher (opressão que é refutado em qualquer debate ‘clássico’ contra o feminismo) e por isso deve ser modificado para gênero. Alheio a realidade, é exatamente este tipo histeria coletiva que está tentando ser implementado no “senso comum”.

Muito da raiva dos “progressistas” aos conservadores consiste no fato que estes não aceitam se curvar à loucura e preferem fazer usar a consciência para analisar a realidade.

O que se pretende com a ideologia do gênero? Oras, com o fim da distinção entre homem e mulher, homossexual e heterossexual, simplesmente se colocaria fim ao direito de família.

Este tipo de agenda, além de potencializar a promiscuidade, implora por um poder político arbitrário que imponha leis e implemente programas doutrinárias para fins de subversão cultural. Percebe-se que entre os objetivos está presente a concentração do poder político em função da promoção da confusão social.

Além disso, o desmantelamento da família monogâmica favorece o sonho marxista do Estado como educador. Estratégia oriunda do marxismo clássico (Origem da Família, Propriedade Privada e Estado):

“A primeira condição para a libertação da esposa é trazer de volta todo o sexo feminino para a industria pública e que isso, por sua vez, permita a abolição da família monogâmica como a unidade econômica da sociedade (Engels, p.66)”

Com a transferência dos meios de produção na propriedade comum, a família deixa de ser a unidade econômica da sociedade. As tarefas domésticas privadas se transformam em uma indústria social. O cuidado e a educação dos filhos se convertem em assunto público. A sociedade cuida de todos os filhos igualmente, sejam legítimos ou não. Isso suprime toda a ansiedade sobre as consequências que hoje é o fator social mais essencial – além de moral econômica – que evita a uma menina entregar-se completamente ao homem que ama. Não será suficiente provocar o crescimento gradual de encontros sexuais incontroláveis e com ele uma opinião pública mais tolerante com respeito a honra de uma donzela e a vergonha de uma mulher? (Engels, p. 67)”

Essa idéia é ainda um sonho esquerdista, como deixa claro esta citação:

“Um futuro justo seria aquele em que não houvesse gênero. Em suas estruturas e práticas sociais, o sexo de um não teria mais relevância que a cor dos olhos ou o tamanho dos dedos do pé. Não haveria assunção sobre os papeis “masculino” e “feminino”. O ter filhos estaria conceitualmente separado de criá-los e de outras responsabilidades familiares que seria causa de surpresa e não de pouca preocupação se o homem e a mulher não se responsabilizem por igual da atividade doméstica ou se os filhos fossem passar muito mais tempo com um pai que com o outro. Seria um futuro em que o homem e a mulher participariam em números mais ou menos iguais em todas as esferas da vida, desde o cuidado com os filhos até diferentes tipos de trabalhos remunerados e a altos nível político. (Susan Okin, Justice, Gender, and the Family (New York: Basic Book, 1989), p.170).

A ideologia do gênero já estava como estratégia para desmantelar a tradição ocidental em 1978 no livro “Dialética do Sexo” de Shulamith Firestone.

“Da mesma forma que para assegurar a eliminação das classes econômicas é necessário a rebelião da classe marginal (o proletariado) e, na ditadura temporária, seja tomado os meios de produção, para assegurar a eliminação das classes sexuais é necessário a rebelião da classe marginal (as mulheres) e a tomada dos meios de reprodução: a restituição à mulher da propriedade sobre seus próprios corpos, além do controle feminino da fertilidade humana, que inclui tanto a nova tecnologia como todas as instituições sociais de maternidade e criação de filhos. E como o objetivo final da revolução socialista não era a eliminação do privilégio da classe econômica, mas a distinção da classe econômica em si, por isso que o objeto final da revolução feminista deve ser, a diferença do primeiro movimento feminista, não apenas a eliminação do privilégio masculino, mas sim a mesma distinção de sexos. A distinção de sexos entre seres humanos já não importa culturalmente.”

Segundo Firestone, a liberação sexual seria o motor para impulsionar a liberação política e econômica
(marxismo):

“Se a precoce repressão sexual é o mecanismo básico pelo qual se produzem as estruturas de caráter que respaldam a servidão política, ideológica e econômica, o fim do tabu do incesto, por meio da abolição da família, poderia ter profundos efeitos. A sexualidade se libertaria de sua camisa de força para erotizar toda nossa cultura, mudando sua definição.”

Se a agenda do gênero já não omite mais sua existência, pelo contrário, tornou-se elemento de pressão e proselitismo pseudo-científico, é porque o movimento revolucionário conseguiu grandes progressos no âmbito cultural. Sexo livre, “ter” acima do “ser”, banalização do casamento… Em suma, um giro de 180 em torno da moralidade cristã.

Olavo de Carvalho destaca que um dos grandes problemas em combater o movimento revolucionário é que conforme ele avança em sua agenda, impregnando no “senso comum”, vai se esquecendo o que ocasionou tal mudança. Uma transformação que foi condicionado por engenharia social passa a ser interpretada como se fosse uma “evolução espontânea”. Se alguém tentar alertar da armadilha, um rótulo pejorativo será impregnado (obscurantista, retrógrado, etc). A idiotice (pessoa fechada em suas idéias) é hermética.

Para quem quer sair da idiotice, é urgente que leia o trabalho de Dale O’Leary.

A posição pró-família não é uma rígida defesa do passado, mas um intento racional de suprimir essas coisas que restringem de forma artificial uma mulher, ao mesmo tempo que protege o direito da mulher ser diferente. Os defensores da família teriam vontade de entrar no debate sobre o que era artificial e o que era natural, mas as feministas não estão abertas para debater o tema. Para as feministas de gênero, o diferente é desigual e o desigual é injusto.

sábado, 27 de junho de 2020

O liberalismo, falsa religião morta


A liberdade guiando o povo, por Eugène Delacroix

O marxismo é um conjunto de proposições de natureza histórica, sociológica e econômica que formam um sistema filosófico, voltado para a ação revolucionária.[1] Como frisou Heraldo Barbuy, dentre as diversas afirmações do marxismo, algumas são totalmente inverificáveis, enquanto outras puderam, em suas palavras, “ser confrontadas com a experiência e foram pela experiência refutadas”.  No marxismo, porém, nos dizeres do autor de O problema do Ser (Heraldo Barbuy), “tanto as proposições inverificáveis, quanto as que foram refutadas pela prática, funcionam como um sistema religioso”. Destarte, “as críticas racionais e a contestação do marxismo pelos fatos, têm sido completamente inúteis em face da eficiência que o sistema tira do seu caráter religioso”.[2]
Sistema que, na expressão de Restituto Sierra Bravo, “exalta exageradamente a liberdade humana em todos os campos da vida e do homem, social, econômico, psíquico, moral e sobrenatural”, propugnando a independência, mais ou menos plena, “desta liberdade da lei divina e moral”,[3] o liberalismo é, tanto quanto o marxismo, uma religião ou, mais precisamente, uma falsa religião.
Podemos dizer que, dentre as proposições do liberalismo, algumas são plenamente inverificáveis, enquanto outras puderam ser confrontadas com a experiência e foram por esta inteiramente refutadas, mas tanto as críticas racionais ao liberalismo quanto a contestação deste pelos fatos têm sido totalmente inúteis em face da eficiência que tal sistema tira de seu caráter religioso.
         Credo unilateral do século XVIII, o liberalismo está morto há muito, mas seus adeptos insistem em carregar o seu cadáver, assim como os cadáveres de seus ídolos. Dentre tais ídolos se encontra o “deus mercado”, verdadeiro Moloch a que se têm sacrificado não apenas crianças, mas todos os povos e nações da Terra, e que, lamentavelmente, tem sido muito adorado no Brasil nos últimos anos.
Com efeito, o liberalismo econômico, que considera a atividade econômica independente e separada de toda moral, que põe como motor de tal atividade a busca pela obtenção de lucro monetário e que vê o homem não como sujeito, mas como objeto da economia,[4] cultuando o “deus mercado”, tem sido o campo do liberalismo que mais tem florescido em nosso País, única grande Nação do Mundo, aliás, em que o prestígio do credo liberal é atualmente ascendente e não descendente. A propósito, a frase de Perillo Gomes segundo a qual “liberal é o termo de maior prestigio em nosso meio”[5] é hoje, infelizmente, muito mais válida do que no já longínquo momento em que foi escrita.
Sustentando uma liberdade absoluta tanto na vida pública quanto na particular, tanto no que se refere ao Estado como no que diz respeito à vida econômica e à Religião, o liberalismo, de forma geral, tem sido, nos dizeres de Plínio Salgado, “a origem de todos os erros políticos (...) o responsável por todos os erros modernos”.[6]
Sistema de ideias fundado na plena autonomia do indivíduo, tem sido o liberalismo a filosofia da burguesia[7] e, mais do que isso, a verdadeira falsa religião da burguesia, burguesia esta que, em última análise, antes de ser uma classe, é um estado de espírito,[8] uma atitude em face da vida e do Mundo, uma mentalidade presente não só na assim chamada classe burguesa, mas em todas as classes componentes da Sociedade e caracterizada, antes e acima de tudo, pelo materialismo e pela busca constante de riquezas materiais e de prazeres.
Fonte, em última instância, de todas as heresias e desgraças contemporâneas, o falso conceito de liberdade do liberalismo tem sido um instrumento de escravização dos homens e não uma garantia de sua dignidade.[9] Erro incompatível tanto com a sã Filosofia quanto com a Revelação, o falso credo liberal, por meio de seu equivocado conceito de liberdade, conduz o homem à escravidão do pecado, à escravidão econômica e à escravidão política
Destarte, a falsa e licenciosa liberdade do liberalismo, que não faz qualquer distinção entre o bem e o mal,[10] acaba por levar à tirania e à morte das justas liberdades da pessoa humana, donde Plínio Salgado haver afirmado que “o liberalismo é o pior inimigo da liberdade”.[11] O mesmo não ocorre, porém, com a verdadeira concepção de liberdade, segundo a qual a liberdade não é um bem supremo e válido por si mesmo e existe liberdade apenas para o bem, sendo a liberdade, em última análise, não o direito de se fazer aquilo que bem se entende, mas sim a faculdade de cada ente humano de cumprir seus deveres e exercer seus direitos, cujas bases se encontram na Lei Natural, dentro de uma ordem estabelecida para assegurar as liberdades de todos.
Com efeito, a verdadeira liberdade só pode subsistir quando as diversas liberdades que a compõem, incluindo as chamadas liberdades políticas concretas,[12] são mantidas num sistema em que imperem a ordem, a disciplina e a hierarquia dos princípios morais e intelectuais e em que sejam afirmados os princípios doutrinários em que tal liberdade se baseia,[13] tendo-se sempre em conta que não há verdadeira liberdade contra a Lei Natural e a Lei Divina.
Assim sendo, devemos dizer que nos opomos à falsa liberdade do falso credo liberal, mas não à autêntica liberdade, defendendo, como García Moreno, o grande presidente-mártir do Equador, liberdade para tudo e para todos, exceto para o mal e os malfeitores, ou, em outros termos, liberdade para o bem e para os bons e severidade para o mal e para os maus. 
Conscientes de que o liberalismo, formalmente condenado pela Igreja em todos os seus graus e aspectos,[14] é, na frase de Plínio Salgado, a “doença mortal da verdadeira liberdade”,[15] assim como é o caminho para a escravidão da maior parte do povo, proclamamos que é preciso mostrar a todos que tal sistema é uma falsa religião morta cujo cadáver não pode e não deve mais ser carregado. 
        
Por Cristo e pela Nação!
         Victor Emanuel Vilela Barbuy,
         São Paulo, 13 de junho de 2020.



[1] Cf. Heraldo BARBUY, Marxismo e Religião, 1ª edição, São Paulo, Dominus, 1963, p. 3.
[2] Idem, loc. cit.
[3] La persona humana en el magisterio social de Pio XII, Madrid, Editorial Aguilar, 1960, p. 3.
[4] Idem, p. 4.
[5] O liberalismo, Prefácio de Tristão de Athayde (Alceu Amoroso Lima), Barcelona, Imprenta Boada, 1933, p. 17.
[6] Pio IX e o seu tempo (prefácio à obra Pio IX, de Villefranche), 3ª edição, in Obras Completas, 2ª edição, Volume XI, São Paulo, Editora das Américas, 1957, p. 404-405.
[7] Cf. Tristão de ATHAYDE (Alceu Amoroso Lima, Prefácio, in Perillo GOMES, O liberalismo, cit., p. 11.
[8] Cf. Plínio SALGADO, Espírito da burguesia, 3ª edição, in Obras completas, 2ª edição, Volume XV, São Paulo, Editora das Américas, 1957, p. 11. Sobre o espírito burguês, vide também, dentre outros, Tristão de ATHAYDE (Alceu Amoroso Lima) [Problema da burguezia, Rio de Janeiro, Schmidt, 1932; “Catholicismo burguez”, in A Ordem, nº 62 (nova série), Rio de Janeiro, abril de 1935, pp. 257-266], Nikolai BERDIAEFF (De l’esprit bourgeois, Tradução francesa de Elisabeth Bellençon, Paris, Delachaux et Niestlé S. A, 1949), Max SCHELER (Vom Umsturz der Werte, Bern, Francke, 1955) e Werner SOMBART (El burgués: contribución a la historia moral e intelectual del hombre economico moderno, tradução castelhana de Víctor Bernardo, Buenos Aires, Oresme, 1953).
[9] Pio IX e o seu tempo, cit., p. 403.
[10] Cf. Francisco Galvão de CASTRO, Os quatro pontos cardeais do Integralismo, Suplemento da Enciclopédia do Integralismo, Rio de Janeiro, Livraria Clássica Brasileira, 1960, pp. 22-23.
[11] Pio IX e o seu tempo, cit., p. 413.
[12] Sobre as liberdades concretas: Francisco Elías de TEJADA, Libertad abstracta y libertades concretas, in Verbo, número 63, Madrid, 1968, pp. 149 e seguintes; José Pedro Galvão de SOUSA; Clovis Lema GARCIA; José Fraga Teixeira de CARVALHO, Dicionário de Política, São Paulo, T. A. Queiroz, 1998, pp. 320-323.
[13] Cf. Plínio SALGADO, Pio IX e o seu tempo, cit., p. 414.
[14] Cf. Félix SARDÁ Y SALVANY, “O liberalismo é pecado”, Tradução não assinada, São Paulo, Companhia Editora Panorama, 1949, p. 37.
[15] Mensagens ao Mundo Lusíada”, 5ª edição (na verdade 6ª), in “Primeiro, Cristo!”, 4ª edição (na verdade 5ª), São Paulo, Voz do Oeste; Brasília, INL (Instituto Nacional do Livro), 1979, p. 142.

DOCAT: Os princípios da Doutrina Social Católica

84) Quais são os princípios da Doutrina Social Católica?
A Doutrina Social Católica conhece quatro princípios:

  • o princípio da Dignidade da pessoa (personalidade)
  • o princípio do Bem comum
  • o princípio da Subsidiariedade
  • o princípio da Solidariedade

Com estes quatro princípios é possível apreender o conjunto da realidade social do homem e realizá la na verdade.  Por que é que estes princípios são válidos? Eles são válidos, em primeiro lugar, porque são racionais, e, em segundo lugar, porque resultam da razão iluminada pela fé cristã. Quem acredita quer seguir os mandamentos da lei de Deus, especialmente →o MANDAMENTO do amor a Deus e ao próximo. Os cristãos são atualmente confrontados com múltiplos problemas sociais. Quer se trate de relações entre indivíduos, grupos ou povos, em todos os casos, com os quatro princípios da Doutrina Social Católica, é possível conhecer-se o que é humanamente digno, social e correto.

85)  Como se articulam entre si os quatro princípios?
Todos os princípios estão articulados uns com os outros. Não é possível isolá-los uns dos outros, nem pô-los uns contra os outros. Se os aplicarmos juntos, temos a possibilidade de compreender em profundidade uma realidade social. Um exemplo: A “família” é uma realidade social, valiosa, e que merece ser defendida; nela, as pessoas podem desenvolver a sua dignidade pessoal. Uma família já é em si solidariedade vivida. Mas a família também precisa da solidariedade dos outros, porque sem o apoio exterior ela não pode dar o seu indispensável contributo para o bem comum. No entanto, instâncias superiores, na sua ajuda à família, não se podem substituir ao que ela por si mesma pode fazer, a educação, por exemplo (princípio da subsidiariedade).

86) Por que é que devemos agir segundo estes princípios?
Ser pessoa significa assumir responsabilidades. Ninguém pode estar fora da vida social. É através de outros que vivemos e somos responsáveis por eles ao longo da nossa vida. Pelo mandamento do amor a Deus e ao próximo, os cristãos são moralmente ainda mais profundamente obrigados a ajudar os
outros, a servir ao bem comum, a assistir cada indivíduo no desenvolvimento de uma vida humanamente digna e proteger grupos e comunidades nos seus direitos.

104) Os princípios da Doutrina Social são os únicos fundamentos para a edificação de uma boa sociedade?
Não. A Doutrina Social Cristã está também ligada a valores gerais que a antecedem. Eu tenho de ter determinados valores e ligar-me pessoalmente a eles para poder ter uma vida comprometida e inserir-me confiantemente na sociedade. Mas, por sua vez, todos os valores estão ligados à dignidade da pessoa, como valor original, que resulta de ser o homem criado à imagem de Deus.

105) Que valores são importantes na Doutrina Social?
Há três valores que são fundamentais: Verdade, Liberdade, Justiça. Todavia, para que a vida humana em sociedade seja realmente bem-sucedida, é preciso acrescentar a caridade e a misericórdia. A este propósito diz São Tomás de Aquino: “Justiça sem misericórdia é crueldade; misericórdia sem justiça é a mãe da dissolução” (Super Evangelium S. Matthaei 5,2).

110) Qual é a origem destes valores? 
Todos os valores têm a sua origem em Deus. Deus não tem amor, “Deus é amor” (1Jo 4,8). Por isso, o amor ao próximo deve ser o ponto central que oriente toda a ação social. Se eu tiver caridade, serei honesto, aceitarei a liberdade dos outros e esforçar-me-ei pela justiça. A caridade ultrapassa a justiça, porque não dou ao outro apenas aquilo a que ele tem direito, mas quero fazer-lhe bem de todo o coração. Também o bem primordial da “dignidade do homem” tem a sua raiz no amor de Deus para conosco. Porque Deus ama cada ser humano acima de toda a medida, criou-o como a sua imagem mais valiosa; por isso é que ele possui uma dignidade inalienável.

As diferenças entre as finanças de uma família e as do governo federal são muitas...

As diferenças entre as finanças de uma família e as do governo federal são muitas. Primeiro, os gastos públicos geradores de emprego e renda afetam toda a dinâmica do sistema econômico, contribuindo para aumentar a arrecadação de impostos. Os resultados das políticas de austeridade em diversos países da periferia europeia podem servir de exemplo: ao agravar a recessão e a frustração de receitas do governo, os cortes no Orçamento acabaram ampliando o deficit fiscal inicial.

As condições em que famílias e governo federal financiam uma eventual diferença entre gastos e arrecadação tampouco são as mesmas. A maior parte das famílias brasileiras tem pouco acesso a crédito. Já o governo federal, apesar dos juros altos para padrões internacionais – mesmo se levados em conta o patamar de nossa dívida e nossa taxa de inflação –, não encontrou nenhuma dificuldade em vender seus títulos públicos no mercado desde o início da crise.

Além disso, ao contrário das famílias, os governos têm a capacidade de elevar seus impostos e aumentar sua própria base de arrecadação. Se taxasse sobretudo aqueles que consomem uma parcela relativamente pequena de sua renda (os mais ricos) e ampliasse a renda dos que consomem relativamente mais (os mais pobres), o governo poderia dar um estímulo à economia sem desequilibrar o Orçamento. 

Soma-se a isso o fato de que, no Brasil, os que estão no topo da distribuição de renda pagam impostos baixíssimos para padrões internacionais e os que estão na base consomem essencialmente tudo aquilo que ganham. 

Por fim, assim como as dívidas assumidas por uma família para comprar uma casa ou para educar os filhos, os investimentos públicos também podem trazer retorno no longo prazo. Como vimos, os gastos com a melhoria da infraestrutura do país, por exemplo, não apenas geram empregos no curto prazo, mas também elevam a produtividade e a competitividade das empresas no futuro.

- CARVALHO, Laura; Valsa brasileira: do boom ao caos econômico, p. 97-98.

O Estado Babá – Milícia Alimentar


O presente artigo de autoria de Augusto Pola Júnior, faz parte os arquivos do Instituto Shibumi, e fora publicado site do grupo em meados de 2015.
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Em seu livro “O Estado Babá – Como radicais, bom samaritanos, moralistas e outros burocratas cabeças-duras tentam infantilizar a sociedade”, David Harsanyi aborda diversos casos onde o Estado simplesmente se intromete ao livre-arbítrio e à liberdade criando leis proibitivas.

Um pouco da tônica de seu livro, segue abaixo:

“Depois de ler essas poucas e veneráveis páginas [Constituição Americana], não é difícil concluir que os Pais Fundadores não tinham qualquer intenção de permitir que o estado interferisse nos aspectos mais privados das vidas dos cidadãos. Inegavelmente, os fundadores considerariam a proibição de seios de silicone e a identificação das crianças como além do escopo da participação do governo. Os redatores da constituição apreciavam os riscos de um estado sobrepujante e nos deixaram com um conjunto de regras funcionais que nos protegiam do governo e de nós mesmos.

“A felicidade, ou a busca dela a qualquer preço, foi amarrada aos pilares de liberdade e responsabilidade. Uma pessoa não poderia trabalhar sem a outra. E desses conceitos vem nosso direito extraordinário de errar, de sermos bobos e irresponsáveis.”

“Quanto mais o governo se sente confortável ao subverter nosso direitos de viver como desejamos – desde que sem ferir os demais – simplesmente para criar uma sociedade mais conivente, mais o estado sentirá tranquilo para sabotar nossos direitos em todas as frentes.”

“Este livro discutirá que as pessoas – mais conformadas e educados do que nunca – são mais do que capazes de tomar decisões sobre como vivem suas próprias vidas. Ela debaterá que, no final das contas, a proteção do direito de tomar tais decisões não se trata de ideologia, mas do que a maioria dos americanos chamaria de bom senso.”

No livro, além de diversos casos e exemplos sobre a atuação do Estado Babá que resulta na diminuição da liberdade/livre-arbítrio, Harsanyi também apresenta as estratégias e o discurso usados por esta milícia intolerante. A temática do livro, contudo, é mais expositiva. Conforme prometeu, não fez grandes reflexões ideológicas. Atentou principalmente ao fato do governo estar aos poucos minando a liberdade ao tratar a população como crianças, o que vai contra a constituição americana. É um livro que recomendo para aqueles que possuem conhecimento acerca dos valores democráticos. O pessoal que gosta de usar uma coleira governamental e/ou a turma da inércia pode passar longe, pois não conseguirá identificar o perigo. Estão adestrados e vão bater palma para a investida do Estado-Babá.

O autor não explicita, mas o que se identifica no livro é um longo e prolongado trabalho de engenharia social. Tal tipo de esforço governamental exige esforço e estratégias para se obter ganhos políticos para que haja o consequente aumento de poder na mão do Estado. Por isso, comentarei brevemente algumas linhas de atuação que são mostradas no livro. Atuações para minar cada vez mais a liberdade individual.

O coletivismo acima do individualismo… É basicamente o caminho lento e gradual rumo ao comunismo.

Milícia do alimento ou “vigilantes do seu estômago”

É a primeira parte do livro, trata como nutricionistas e políticos querem usar de leis invasivas para proteger os EUA da comida! Há certas citações de autoridades e ‘especialistas’ que demonstram bem aquela intolerância e prepotência típica de ditadores, mas vou me forcar nas atuações que o autor apresentou em seu livro.

Relatório “Científico”: Até lembrei de Dawkins quando em sua fé cega pela ciência diz que ela poderia moldar a moral. Este é um bom exemplo para demonstrar o quanto neo-ateus fã de Dawkins são fanáticos.

Em 2000, a grande caminhada da milícia alimentar deu-se em um relatório do CDC – Centros para Controle e Prevenção de Doenças, onde a morte por obesidade no país se daria na ordem de 400 mil americanos, acompanhado imediatamente pela divulgação da mídia. Mais tarde, descobre-se que, por
conta de erro metodológico, estatísticos e dados desconexos, tais números estavam absurdamente exagerados. Um contra-estudo de 2005 revelou que a ordem era, na verdade, de 25 mil mortes por ano. O pânico contra a obesidade, no entanto, já havia sido criado.

Diante de tal surto de pânico, a jornada dos fascistas alimentares começou.

Vocabulário apelativo: A patrulha alimentar costuma usar de vocabulários apelativo para fins de exageros e criação de histeria (que por sua vez resulta na perda do senso de proporção): veneno, letal,
morte certa, infarto imediato, etc.

Ataque a um ingrediente: O livro usa o exemplo da gordura-trans. É feito toda uma demonização a um ingrediente de modo a se criar leis contra um ingrediente alimentar que se comporta como bode expiatório no “combate” (na verdade é o pretexto para aumento do controle governamental sobre os
estabelecimentos comerciais) contra a obesidade.

Documentário irracional: Quem não conhece o caso da pessoa que ficou comendo apenas no McDonalds e, por conta disso, teve graves problemas de saúde. O que é menos conhecido, mas é retratado no livro, são duas refutações. Destaco aqui o caso de uma dieta no McDonalds que era acompanhada de um estilo de vida semi-saudável, decisões distintivas em relação à comida que ingeria e que resultou na perda de 4,5 kg.

Criação de imposto: Taxando impostos contra restaurantes para que sejam aplicados em campanhas anti-obesidade (notou um ciclo vicioso aqui?). Também inclui uma ideia de penalizar o consumidor acima do peso, com pagamento de tributos em relação ao IMC acima do normal em proporção com sua renda. Basicamente você será multado por comer.

Processos judiciais: Penalizar as empresas através de processos judiciais. Neste caso, a culpa deixa de ser do consumidor para ser da empresa que oferece o alimento. Através do litígio, pretende-se desencorajar os que comem muito através da lei. Não por acaso, a idealizador é uma advogado que vê
nesta área uma mina de ouro para sua categoria. Nada contra querer ganhar dinheiro, mas ao custo de
diminuir a liberdade individual e, ao mesmo tempo, tornar o comércio refém de um Estado burocrata?

Um detalhe: recomenda-se crianças como clientes, pois causaria maior comoção e aumentaria a chance de se obter um veredicto favorável ao Estado-babá.

Demonização de guloseimas: Biscoitos e sorvete são demonizador por ‘autoridades’ com objetivo de assustar os pais. Estratégia baseado no apelo midiático e vocabulário apelativo.

Escolas infantis: Proibição da venda de alimentos na cantina do colégio. Engraçado uma das
primeiras propostas se dar no ambiente de crianças, não?

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Após toda a criação de uma histeria por parte de ‘especialistas’ e autoridades, o autor livro expõe dados para refletir se toda essa intervenção é realmente necessária. Contudo, não devemos esquecer que a histeria dentro do jogo político serve justamente para negar números e fatos contrários à militância babá.

Ao final do capítulo, David Harsanyi concluiu:

“Essa boa notícia não significa que a obesidade não seja um problema. Mas quando o governo e grupos de advogados hiperativos exageram o problema e criam “epidemias” e “doenças infecciosas” que não existem, nós perdemos. Geralmente, os nutricionistas ou defensores promulgam políticas públicas genéricas que desconsideram a independência e a responsabilidade pessoal, além de massacrarem impendiosamente o bom senso.”

No próximo post: bebidas alcoólicas!