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sábado, 19 de setembro de 2015

Você come PIB, sim!

(Fonte da Imagem: Revista do factoring)
Diante da hecatombe econômica que o Brasil vive, velhos discursos do tempo da eleição voltam a tona, como o famoso #NãoComoPIB, sentença baseada na frase infeliz da petista economista (ela é mais petista do que economista) Maria da Conceição Tavares. A frase é digna de uma ignorância econômica que só poderia mesmo vir de um petista. Explico.

O PIB - Produto Interno Bruto - é erradamente descrito como soma de todas as riquezas do país, isso não é verdade. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais dentro do país. Sua fórmula clássica é Y(PIB) = C + I + G + (X - M), onde C é o consumo, o I o investimento, o G o gasto do governo, o X a exportação e o M a importação. Em outras palavras, sendo o PIB o resultado de todos os bens e serviços existentes num país, ele inclui obviamente a produção de alimentos, isso é óbvio, logo você come PIB sim. Embora o PIB também inclua outros tipos de bens não comestíveis, como carros, jóias, eletrodomésticos, remédios, etc; todos esses bens permitem não só que você coma, mas como outros milhares de pessoas comam. 

Os carros permitem o transporte dos alimentos em maior velocidade, poupando tempo e reduzindo o custo de transação; com isso, mais pessoas podem se alimentar já que a redução do tempo de entrega e dos custos de produção geram um superávit que permite o aumento da produção e isso resulta na queda dos preços dos alimentos. Alimentos mais baratos significa mais alimentos na mesa dos mais pobres. Mas não apenas isto, nenhum dos bens e serviços se fazem ou se servem sozinhos, pessoas precisam trabalhar para que eles sejam produzidos, e com isso recebem salários que serão gastos na compra de comida.

Por incrível que pareça o que deveria ser óbvio é causa de escândalo para os petistas. Alexandre Versignassi no seu best seller "Crash! Uma breve história da economia" (p.43) pode simplificar para os petistas entenderem:

A diferença entre um PIB que cresce 5% ou 7% ao ano parece pífia. Mas não. No caso de um aumento de 7% ao ano, o PIB duplica depois de 10 anos. Num rítimo de 5%, demora 15 anos. Diminuindo esse número para o ritmo moroso com o que o Brasil crescia nos anos 80, a diferença fica ainda mais clara. Naquela época o PIB aumentou, em média, 1,7% ao ano. Ficando nessa toada mansa, levaria quase meio século até o PIB dobrar. Faz toda a diferença para a sua vida: quando a economia dobra de tamanho, a tendência é que você se veja com um carro e uma casa que, lá atrás, custavam duas vezes o que você podia pagar.
O que Versignassi explica é muito simples, é a chamada regra do 72. Para saber quanto tempo demorará para uma economia dobrar de tamanho basta fazer essa simples equação onde 72 = R x T.
R é a taxa de crescimento real da economia e T o tempo. Se você acrescenta o tempo, descobre qual o valor percentual que o PIB deveria crescer para que ele dobre no tempo estipulado. Se se acrescenta a taxa de crescimento, descobre quanto tempo ele demorará para dobrar com o valor estipulado de crescimento médio. Em resumidas contas, usando-se políticas responsáveis, quanto mais o PIB cresce, mais as pessoas ficam ricas, pois mais bens e serviços elas podem adquirir ou contratar.

Com a atual recessão em que a economia está encolhendo, as pessoas estão empobrecendo. Isso significa que elas provavelmente jamais poderão adquirir os bens e serviços que gostariam e que hoje são restritos aos mais endinheirados. Pior! Se o ritmo continuar assim, a probabilidade é que as pessoas comecem a ter um padrão de vida cada vez pior! Ou seja, mesmo no mundo magico da mitologia petista...

...Você come PIB, sim!

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