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sábado, 27 de junho de 2020

O Estado Babá – Milícia Alimentar


O presente artigo de autoria de Augusto Pola Júnior, faz parte os arquivos do Instituto Shibumi, e fora publicado site do grupo em meados de 2015.
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Em seu livro “O Estado Babá – Como radicais, bom samaritanos, moralistas e outros burocratas cabeças-duras tentam infantilizar a sociedade”, David Harsanyi aborda diversos casos onde o Estado simplesmente se intromete ao livre-arbítrio e à liberdade criando leis proibitivas.

Um pouco da tônica de seu livro, segue abaixo:

“Depois de ler essas poucas e veneráveis páginas [Constituição Americana], não é difícil concluir que os Pais Fundadores não tinham qualquer intenção de permitir que o estado interferisse nos aspectos mais privados das vidas dos cidadãos. Inegavelmente, os fundadores considerariam a proibição de seios de silicone e a identificação das crianças como além do escopo da participação do governo. Os redatores da constituição apreciavam os riscos de um estado sobrepujante e nos deixaram com um conjunto de regras funcionais que nos protegiam do governo e de nós mesmos.

“A felicidade, ou a busca dela a qualquer preço, foi amarrada aos pilares de liberdade e responsabilidade. Uma pessoa não poderia trabalhar sem a outra. E desses conceitos vem nosso direito extraordinário de errar, de sermos bobos e irresponsáveis.”

“Quanto mais o governo se sente confortável ao subverter nosso direitos de viver como desejamos – desde que sem ferir os demais – simplesmente para criar uma sociedade mais conivente, mais o estado sentirá tranquilo para sabotar nossos direitos em todas as frentes.”

“Este livro discutirá que as pessoas – mais conformadas e educados do que nunca – são mais do que capazes de tomar decisões sobre como vivem suas próprias vidas. Ela debaterá que, no final das contas, a proteção do direito de tomar tais decisões não se trata de ideologia, mas do que a maioria dos americanos chamaria de bom senso.”

No livro, além de diversos casos e exemplos sobre a atuação do Estado Babá que resulta na diminuição da liberdade/livre-arbítrio, Harsanyi também apresenta as estratégias e o discurso usados por esta milícia intolerante. A temática do livro, contudo, é mais expositiva. Conforme prometeu, não fez grandes reflexões ideológicas. Atentou principalmente ao fato do governo estar aos poucos minando a liberdade ao tratar a população como crianças, o que vai contra a constituição americana. É um livro que recomendo para aqueles que possuem conhecimento acerca dos valores democráticos. O pessoal que gosta de usar uma coleira governamental e/ou a turma da inércia pode passar longe, pois não conseguirá identificar o perigo. Estão adestrados e vão bater palma para a investida do Estado-Babá.

O autor não explicita, mas o que se identifica no livro é um longo e prolongado trabalho de engenharia social. Tal tipo de esforço governamental exige esforço e estratégias para se obter ganhos políticos para que haja o consequente aumento de poder na mão do Estado. Por isso, comentarei brevemente algumas linhas de atuação que são mostradas no livro. Atuações para minar cada vez mais a liberdade individual.

O coletivismo acima do individualismo… É basicamente o caminho lento e gradual rumo ao comunismo.

Milícia do alimento ou “vigilantes do seu estômago”

É a primeira parte do livro, trata como nutricionistas e políticos querem usar de leis invasivas para proteger os EUA da comida! Há certas citações de autoridades e ‘especialistas’ que demonstram bem aquela intolerância e prepotência típica de ditadores, mas vou me forcar nas atuações que o autor apresentou em seu livro.

Relatório “Científico”: Até lembrei de Dawkins quando em sua fé cega pela ciência diz que ela poderia moldar a moral. Este é um bom exemplo para demonstrar o quanto neo-ateus fã de Dawkins são fanáticos.

Em 2000, a grande caminhada da milícia alimentar deu-se em um relatório do CDC – Centros para Controle e Prevenção de Doenças, onde a morte por obesidade no país se daria na ordem de 400 mil americanos, acompanhado imediatamente pela divulgação da mídia. Mais tarde, descobre-se que, por
conta de erro metodológico, estatísticos e dados desconexos, tais números estavam absurdamente exagerados. Um contra-estudo de 2005 revelou que a ordem era, na verdade, de 25 mil mortes por ano. O pânico contra a obesidade, no entanto, já havia sido criado.

Diante de tal surto de pânico, a jornada dos fascistas alimentares começou.

Vocabulário apelativo: A patrulha alimentar costuma usar de vocabulários apelativo para fins de exageros e criação de histeria (que por sua vez resulta na perda do senso de proporção): veneno, letal,
morte certa, infarto imediato, etc.

Ataque a um ingrediente: O livro usa o exemplo da gordura-trans. É feito toda uma demonização a um ingrediente de modo a se criar leis contra um ingrediente alimentar que se comporta como bode expiatório no “combate” (na verdade é o pretexto para aumento do controle governamental sobre os
estabelecimentos comerciais) contra a obesidade.

Documentário irracional: Quem não conhece o caso da pessoa que ficou comendo apenas no McDonalds e, por conta disso, teve graves problemas de saúde. O que é menos conhecido, mas é retratado no livro, são duas refutações. Destaco aqui o caso de uma dieta no McDonalds que era acompanhada de um estilo de vida semi-saudável, decisões distintivas em relação à comida que ingeria e que resultou na perda de 4,5 kg.

Criação de imposto: Taxando impostos contra restaurantes para que sejam aplicados em campanhas anti-obesidade (notou um ciclo vicioso aqui?). Também inclui uma ideia de penalizar o consumidor acima do peso, com pagamento de tributos em relação ao IMC acima do normal em proporção com sua renda. Basicamente você será multado por comer.

Processos judiciais: Penalizar as empresas através de processos judiciais. Neste caso, a culpa deixa de ser do consumidor para ser da empresa que oferece o alimento. Através do litígio, pretende-se desencorajar os que comem muito através da lei. Não por acaso, a idealizador é uma advogado que vê
nesta área uma mina de ouro para sua categoria. Nada contra querer ganhar dinheiro, mas ao custo de
diminuir a liberdade individual e, ao mesmo tempo, tornar o comércio refém de um Estado burocrata?

Um detalhe: recomenda-se crianças como clientes, pois causaria maior comoção e aumentaria a chance de se obter um veredicto favorável ao Estado-babá.

Demonização de guloseimas: Biscoitos e sorvete são demonizador por ‘autoridades’ com objetivo de assustar os pais. Estratégia baseado no apelo midiático e vocabulário apelativo.

Escolas infantis: Proibição da venda de alimentos na cantina do colégio. Engraçado uma das
primeiras propostas se dar no ambiente de crianças, não?

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Após toda a criação de uma histeria por parte de ‘especialistas’ e autoridades, o autor livro expõe dados para refletir se toda essa intervenção é realmente necessária. Contudo, não devemos esquecer que a histeria dentro do jogo político serve justamente para negar números e fatos contrários à militância babá.

Ao final do capítulo, David Harsanyi concluiu:

“Essa boa notícia não significa que a obesidade não seja um problema. Mas quando o governo e grupos de advogados hiperativos exageram o problema e criam “epidemias” e “doenças infecciosas” que não existem, nós perdemos. Geralmente, os nutricionistas ou defensores promulgam políticas públicas genéricas que desconsideram a independência e a responsabilidade pessoal, além de massacrarem impendiosamente o bom senso.”

No próximo post: bebidas alcoólicas!

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